sexta-feira, 21 de novembro de 2014

MILITARES ANGOLANOS NA REPÚBLICA CENTRO AFRICANA


AUGUSTO CAMPOS, LUANDA, 21 Novembro 2014: Angola envia no primeiro trimestre do próximo ano um contingente militar para garantir a estabilidade na República Centro Africana (RCA), país assolado por uma crise político-militar profunda. O facto foi anunciado ontem na Assembleia Nacional pelo ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, durante um encontro entre membros do Executivo e deputados, enquadrado nas discussões na especialidade do Orçamento Geral do Estado para 2015.
João Lourenço informou que Angola vai enviar um batalhão de infantaria motorizada, uma companhia de forças especiais e um hospital de campanha. Para a efectivação deste envio, disse, há um conjunto de fases que Angola e as Nações Unidas devem cumprir. \"A fase de preparação já está em curso\", sublinhou.
O ministro disse que, contrariamente ao que se verificou na Guiné-Bissau, para onde as tropas angolanas foram enviadas no quadro de um entendimento entre os dois países, para o caso da RCA, os efectivos vão no quadro da Missão das Nações Unidas na República Centro Africana (MINUSCA). “O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, escreveu ao Secretário-Geral das Nações Unidas, comunicando a disponibilidade do nosso país em enviar forças para integrar a MINUSCA\", revelou.
No encontro, o ministro João Lourenço respondeu às preocupações apresentadas pelos deputados Manuel Savihemba, Albertina Navita Ngolo, Estêvão Kachiungo, Raul Danda e Eugénio Manuvakola - todos da UNITA - sobre as condições sociais dos efectivos das Forças Armadas Angolanas e da Polícia Nacional.
O ministro da Defesa Nacional garantiu que o Executivo tem feito esforços no sentido de melhorar consideravelmente as condições de vida e de trabalho das tropas e dos polícias.
O Executivo, segundo o ministro João Lourenço, está preocupado com a segurança ao longo das fronteiras do país e assegurou que estão a ser tomadas todas as medidas. “Estamos atentos e preocupados com as fronteiras. Estão a ser tomadas medidas no sentido de aumentarmos consideravelmente a nossa capacidade, quer na fronteira terrestre, quer marítima\", afirmou.  A estratégia actual do sector de  Defesa e Segurança é a consolidação da paz e a prevenção do perigo que representa o tráfico de drogas, infantil e de mulheres, para a prática da prostituição.
O ministro das Relações Exteriores falou sobre o processo de reforma no seu Ministério. Georges Chikoti informou que o processo ainda está em curso mas termina em breve. O Presidente da República criou, na semana passada, uma Comissão Interministerial para a Organização e Funcionamento do Ministério das Relações Exteriores.
A Comissão, coordenada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, que é coadjuvado pelo Ministro das Relações Exteriores, tem como atribuições analisar os processos de reclamações dos diplomatas e elaborar um programa de reforma do Ministério, com vista a melhorar as condições de trabalho, de enquadramento e colocação dos funcionários e diplomatas.
A Comissão é integrada pelos ministros da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, das Finanças, do Planeamento e Desenvolvimento Territorial, o director do Gabinete de Quadros do Presidente da República e os secretários do Presidente para os Assuntos Judiciais e Jurídicos e para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional.
A Comissão é apoiada por um grupo técnico coordenado pelo secretário do Presidente para os Assuntos Diplomáticos e de Cooperação Internacional.
O ministro das Relações Exteriores informou ainda aos deputados sobre o processo de repatriamento de angolanos que vivem ou viviam na condição de refugiados na República Democrática do Congo. O ministro Georges Chikoti informou que, dos 50 mil angolanos que residem na República Democrática do Congo, nove mil já regressaram ao país.

FONTE: JA

Tag: Militares angolanos na RCa, Anglanos na Repúbli Cwentro Africana, FORÇAS ARMADAS ANGOLANAS FAA.

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