AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 25 Outubro 2014: As autoridades judiciais do Irão enforcaram na madrugada desde sábado Reyhaneh Jabbari, a jovem de 26 anos condenada à morte por matar o homem que a estuprou, confirmou à Agência Efe sua mãe, a actriz iraniana Shole Pakravan.
“Enforcaram minha filha, enforcaram minha filha”, dizia entre soluços.
Ela condenada à forca depois de ter sido condenada pelo médico Morteza Abdolali Sarvandi, ex-funcionário do Ministério de Inteligência.
No final de Setembro, a jovem, presa desde 2006, quando tinha 19 anos, foi transferida do centro penitenciário em que cumpria pena para a prisão de Rajaishahr, perto de Teerão, onde se realizam execuções.
Foi quando foram reactivadas as campanhas e os pedidos internacionais para evitar o enforcamento, que foi suspenso temporariamente.
Organizações defensoras dos direitos humanos, como Amnistia Internacional e Human Rights Watch, pediram o cancelamento da sentença por considerar que o julgamento de Jabbari não contou com as garantias necessárias.
A União Europeia também pediu que as autoridades iranianas revogassem a decisão judicial e realizem um novo processo.
Mais de 240 mil pessoas assinaram um abaixo-assinado no Avaaz para pedir a suspensão da execução alegando que a jovem “actuou em defesa própria”. No Facebook há diversas campanhas para apoiar sua causa, com páginas intituladas “Eu sou Reyhaneh Jabbari” e “Salvemos a Reyhaneh Jabbari da execução no Irão”.
O relator especial da ONU para os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, também pediu que a execução fosse cancelada e um novo julgamento realizado, por entender que parte da acusação se baseou em uma confissão foi obtida sob tortura.
Mês passado as autoridades iranianas intermediaram sem sucesso a tentativa de conseguir o perdão da família do falecido, que se negou a exercer esse direito, dado pela lei de guesas (lei islâmica de “olho por olho”, que exige o pagamento de sangue com sangue) que impera no Irão.
“Quero que o direito do sangue de meu pai seja cobrado o mais rápido possível”, declarou à Agência Efe há duas semanas Jalal Sarvandí, filho da vítima.
Segundo a versão da condenada, o médico a contratou para ajudá-la a decorar seu escritório e a levou a um edifício onde a estuprou, e ela se defendeu com uma pequena faca com e o feriu no ombro, mas não o matou.
Tag: Mulher iraniana condenada a morte, jovem enforcada no irão, enforcamento no irão.
PARTILHA NO FACEBOOK COM AMIGOS...
Tag: Mulher iraniana condenada a morte, jovem enforcada no irão, enforcamento no irão.