TEXTO: AUGUSTO CAMPOS, LUANDA, 07 Outubro 2014:
O que é o ébola.
O
Ébola é um vírus que foi pela primeira vez identificado em 1976 e
provoca febres hemorrágicas. Não existe vacina, nem tratamentos
específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90 por
cento.
Como a pessoa é infetada
A infeção resulta do contacto direto com líquidos orgânicos de
doentes - como sangue, urina, fezes, sémen. A transmissão da doença por
via sexual pode ocorrer até sete semanas depois da recuperação clínica. O
período de incubação da doença pode durar até três semanas.
Os surtos
Desde
1976 registaram-se vários surtos, nenhum com tantos infetados e países
atingidos como o atual, que começou em fevereiro e, até hoje, causou em
vários países africanos cerca de 3.000 mortos.
Países afetados
Até ao momento registaram-se surtos na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Quais os sintomas
A
febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores
musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas nos tempos
seguintes são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e
hemorragia interna e externa.
Entre a infeção pelo vírus e os primeiros sintomas podem decorrer entre dois e 21 dias.
Como se trata
Não existe cura nem um tratamento específico para a febre hemorrágica provocada pelo vírus do Ébola.
A estes doentes são dados os tratamentos que costumam ser administrados nos cuidados intensivos, com destaque para a hidratação.
Quais os hospitais de referência
Em
Portugal, os hospitais para onde serão encaminhados os doentes
suspeitos de estarem infetados com o vírus do Ébola são os hospitais
Curry Cabral (com o Egas Moniz em segunda linha) e Dona Estefânia (para
crianças), em Lisboa, e São João, no Porto.
Qual o laboratório de referência
O laboratório de referência em Portugal é o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Qual é a resposta de emergência médica
O
Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem equipas
especializadas, com formação específica e equipamento de proteção
elevado. Serão estas equipas que irão acompanhar os casos suspeitos ou
de doença e encaminhá-los para os hospitais de referência.
Que medidas as autoridades portuguesas têm em vigor (anunciadas pela Direção Geral da Saúde)
-
A DGS analisa atualmente os equipamentos de proteção individual a
utilizar pelos profissionais de saúde e também o contexto da sua
utilização.
-
Reforço da articulação internacional, nomeadamente com a Organização
Mundial de Saúde (OMS), com o European Centre for Disease Prevention and
Control (ECDC), em Estocolmo, e com outros Estados
-
Recomendação aos cidadãos para que ponderem viajar apenas em situações
essenciais, tendo em atenção o princípio da precaução, apesar de não
estarem interditadas, atualmente, viagens internacionais para áreas
afetadas
- Os
viajantes são alertados para procurarem aconselhamento médico caso se
verifique exposição ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença
-
Portugal tem em estado de prontidão mecanismos para detetar, investigar
e gerir casos suspeitos de doença por vírus Ébola, incluindo capacidade
laboratorial para confirmação da doença
- Estão previstas medidas para facilitar a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus.
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