AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 08 Julho 2014: O português Banco Espírito Santo (BES) deverá perder o controlo accionista do Banco Espírito Santo Angola (BESA) uma vez que os parceiros angolanos estão a preparar-se para aplicar capital na instituição, de acordo com o português Jornal de Negócios.
Em 2013, na sequência de um aumento de capital de 170,5 milhões para 670,5 milhões de dólares, o BES reforçou a sua participação accionista de 51,94% para 55,71%, os angolanos da Portmill mantiveram uma posição de 24% enquanto a Geni (de Isabel dos Santos), outro angolano, subiu ligeiramente a sua participação de 18% para 18,99%.
Este reforço do BES e também da Geni foi obtido através da diminuição da representatividade dos accionistas individuais, que anteriormente controlavam 5% do BESA e depois ficaram com apenas com 1,3% da instituição financeira.
Existe ainda a possibilidade de ser o próprio Estado angolano a assumir a recapitalização do banco, de que o Banco Espírito Santo é, por enquanto, o maior accionista, na sequência de uma garantia soberana concedida ao BES Angola para assegurar o pagamento de créditos no valor de 5700 milhões de dólares.
Um quadro do BES afirmou recentemente que o banco estava a negociar com as autoridades angolanas as condições exactas em que pode ter lugar a execução da garantia, o que poderá significar a entrada do Estado angolano no capital do BES Angola.
Em causa estão créditos no valor de 5700 milhões de dólares concedidos durante o período em que o BESA foi presidido por Álvaro Sobrinho a que se terá perdido o rasto e que representam cerca de 80% do total da carteira de crédito do banco angolano.
De acordo com o jornal português Expresso, o BES Angola terá concedido crédito de forma discricionária sem garantias, a beneficiários desconhecidos, com dossiers de crédito que simplesmente não existem.
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