AUGUSTO CAMPOS | LUANDA: Durante a apresentação do livro “A Bicha e a Fila”, em co-autoria com o
escritor brasileiro Marco Guimarães, realizada no Centro Cultural
Português, Manuel Rui Monteiro sublinhou que os angolanos importaram
esquizofrenias do leste, que felizmente se desgastaram no país. “Nós não
queríamos viver com cartão para comer e bebida. De repente, o próprio
povo inventou uma nova moeda paralela que era a cerveja”, disse o
escritor ao público, que lotou o auditório.
Em Angola, a palavra bicha remete para o período entre a década de 1970 e 1980, em que as pessoas, para obterem qualquer bem de primeira necessidade, tinham de ir para uma fila à espera de vez.
“As bichas foram uma necessidade. O povo compreendeu isso sociologicamente. Não tínhamos produção, não tínhamos indústria, não tínhamos nada”, lembrou o autor da conhecida obra “Quem me Dera Ser Onda”.
“A Bicha e a Fila” trata da semântica dessas duas palavras, num diálogo entre dois médicos de profissão e escritores por devoção, que tentam estabelecer a relação e os sentidos diferentes que tomam as palavras bicha, fila e bicheiro, em Angola, Brasil e Portugal.
“Quando comecei a escrever o livro, fiz as primeiras páginas no intuito de onde eu acabasse o meu parceiro continuasse, mas ele não fez isso. Fez um segundo capítulo, tive de fazer o terceiro, que felizmente não se descontrolaram, em termos de uma falsa justaposição, mas obtiveram uma continuidade face àquilo que nós tínhamos conversado”, explicou Manuel Rui Monteiro.
O secretário-geral da União de Escritores Angolanos (UEA), Carmo Neto, que apresentou o livro, disse que Manuel Rui “faz a ponte de uma trajectória por meio de uma linguagem singela, típica da nova literatura africana e com um sentido de humor refinado”.
Manuel Rui Monteiro é autor de várias obras de poesia, romances e contos, caracterizadas na sua maioria por humor e ironia, que descrevem situações vividas depois da Independência de Angola, em 1975.
Marco Guimarães nasceu a 11 de Junho de 1951, no Rio de Janeiro. Em 1997 começa a escrever crónicas, contextualizadas no campo da filosofia, da literatura ficcional e da sociologia para uma revista de Saúde.
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Em Angola, a palavra bicha remete para o período entre a década de 1970 e 1980, em que as pessoas, para obterem qualquer bem de primeira necessidade, tinham de ir para uma fila à espera de vez.
“As bichas foram uma necessidade. O povo compreendeu isso sociologicamente. Não tínhamos produção, não tínhamos indústria, não tínhamos nada”, lembrou o autor da conhecida obra “Quem me Dera Ser Onda”.
“A Bicha e a Fila” trata da semântica dessas duas palavras, num diálogo entre dois médicos de profissão e escritores por devoção, que tentam estabelecer a relação e os sentidos diferentes que tomam as palavras bicha, fila e bicheiro, em Angola, Brasil e Portugal.
“Quando comecei a escrever o livro, fiz as primeiras páginas no intuito de onde eu acabasse o meu parceiro continuasse, mas ele não fez isso. Fez um segundo capítulo, tive de fazer o terceiro, que felizmente não se descontrolaram, em termos de uma falsa justaposição, mas obtiveram uma continuidade face àquilo que nós tínhamos conversado”, explicou Manuel Rui Monteiro.
O secretário-geral da União de Escritores Angolanos (UEA), Carmo Neto, que apresentou o livro, disse que Manuel Rui “faz a ponte de uma trajectória por meio de uma linguagem singela, típica da nova literatura africana e com um sentido de humor refinado”.
Manuel Rui Monteiro é autor de várias obras de poesia, romances e contos, caracterizadas na sua maioria por humor e ironia, que descrevem situações vividas depois da Independência de Angola, em 1975.
Marco Guimarães nasceu a 11 de Junho de 1951, no Rio de Janeiro. Em 1997 começa a escrever crónicas, contextualizadas no campo da filosofia, da literatura ficcional e da sociologia para uma revista de Saúde.