AUGUSTO CAMPOS | LUANDA: As operações de busca do Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido
desde o início de março foram retomadas nesta sexta-feira (26, pelo
horário local) no sul do Oceano Índico, após uma parada devido ao mau
tempo, em meio a informações de destroços localizados por satélites.
Fortes ventos e ondas de até 4 metros haviam interrompido as buscas de
navios e aviões australianos, chineses, japoneses e americanos na
quinta-feira.
"A busca do (voo) MH370 recomeça nesta manhã" de sexta-feira, anunciou a
Autoridade Australiana de Segurança Marítima (AMSA). As operações são
retomadas no momento em que um satélite japonês detectou ao menos dez
objetos flutuantes em uma zona a 2.500 km ao sudoeste da cidade de
Perth, no oeste da Austrália.
Segundo o Escritório de Busca e Informações do governo em Tóquio, o
maior desses objetos mediria pelo menos 8 por 4 metros. As imagens foram
captadas na quarta-feira, no âmbito das buscas do Boeing 777-200.
Um funcionário japonês, que pediu para não ser identificado, informou
que os objetos pertencem, "muito provavelmente", ao avião declarado
desaparecido desde 8 de março.
Um satélite tailandês também detectou pelo menos 300 objetos
flutuantes, cujo tamanho variava de 2 a 15 metros, aproximadamente, a
uma distância de 2.700 km da costa de Perth. As imagens foram
registradas na terça desta semana.
Na véspera, a Malásia havia informado que as imagens captadas por um
satélite francês da Airbus Defesa e Espaço revelavam a presença de 122
objetos flutuando em uma área de 400 km2 no sul do Índico.
O sul do Oceano Índico é considerado uma área isolada, onde o tráfego
marítimo é pouco denso e não é fácil encontrar objetos flutuando como em
outros mares.
A missão é um verdadeiro desafio no meio do 'deserto marinho', temido
pelos navegantes mais experientes, no meio do caminho entre o extremo
sudoeste australiano e a Antártica.
O Boeing 777 saiu da rota prevista uma hora depois de decolar de Kuala
Lumpur com destino a Pequim e prosseguiu com o voo por milhares de
quilômetros em direção ao sul, antes de cair no mar, provavelmente por
falta de combustível.
A investigação sobre o desaparecimento do MH370 pode levar anos, mas as
primeiras ações contra a Malaysia Airlines e a Boeing já foram
anunciadas nos Estados Unidos.
Analistas não apostam em uma teoria definitiva, mas advogados
americanos acreditam que um princípio de incêndio ou uma inesperada
despressurização da cabine deixou os pilotos inconscientes e o Boeing
virou um "avião fantasma".