AUGUSTO CAMPOS | LUANDA: Os conflitos, de terça-feira de manhã, em Kiev, na Ucrânia, surgiram quando a polícia tentou impedir uma marcha de protesto que tinha como objetivo chegar ao parlamento. As forças de segurança ergueram barreiras a cerca de 100 metros da Assembleia nacional.
Os manifestantes antigovernamentais acabaram por atirar pedras e “cocktails molotov” contra os cordões policiais.
As forças de segurança usaram gás lacrimogéneo e granadas de
atordoamento, disparando, ainda, balas de borracha para tentar conter os
contestatários.
Os manifestantes atacaram e ocuparam a sede do Partido das Regiões,
do Presidente Viktor Ianukovitch, perto do parlamento, depois de
romperem o cordão policial que protegia o edifício da assembleia e se
envolverem em confrontos com a polícia.
A Rússia já se pronunciou sobre o escalar da violência na Ucrânia e
culpa o Ocidente, afirmando que os políticos europeus, ao evitarem
condenar as ações dos “movimentos radicais”, acabaram por encorajá-los. O
chefe da comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Russo, Alexei
Pouchkov, afirmou ainda, que a Ucrânia se encontra à beira de uma
guerra civil.
A representante da União Europeia para a política externa, Catherine
Ashton, já manifestou preocupação com o escalar da violência na
Ucrânia, esta terça-feira. Ashton afirmou que “os dirigentes políticos
ucranianos devem assumir a sua responsabilidade de modo a criarem
condições para uma solução eficaz para a crise política.”
Também o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter
Steinmeier, apelou ao governo ucraniano para que evitasse um novo
escalar da violência no país, afirmando que este não é o melhor caminho
para se conseguir um acordo, de modo a garantir o futuro da Ucrânia. O
ministro alemão não excluiu a hipótese de a União Europeia sancionar a
Ucrânia, face à violência desta terça-feira.
O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, condenou “o retorno
da violência a Kiev e o uso indiscriminado da força”. Pediu, ainda, que
as duas fações “retomem o diálogo” de modo a resolverem a crise política
do país, pacificamente.
Desde finais de janeiro que não se registavam confrontos entre
manifestantes e polícia, em Kiev. Na altura, 4 pessoas morreram e 500
ficaram feridas, também em frente ao parlamento.