AUGUSTO CAMPOS | LUANDA: Romeu Filemon foi nomeado na terça-feira como novo selecionador
angolano de futebol. O ex-treinador do Benfica de Luanda fará a sua
estreia frente a Moçambique a 5 de março, num amigável que terá lugar em
terras moçambicanas.
Em entrevista exclusiva ao SAPO Desporto, o novo treinador dos
Palancas Negras elogiou o desenvolvimento das infraestruturas
desportivas angolanas e a capacidade dos clubes que estão a fazer
regressar ao Girabola vários angolanos que jogavam no estrangeiro.
Filemon diz que vai dar especial atenção às seleções jovens, mas também
aos jogadores angolanos que evoluem no estrangeiro, prometendo estrear
já alguns jogadores da diáspora frente aos Mambas. É o caso de Luís
Pedro Cavanda, lateral direito da Lazio (Itália).
SAPO Desporto - Disse na altura da sua apresentação que iria fazer uma seleção que misturasse veterania com juventude. O que nos pode dizer sobre os jogadores angolanos nascidos na diáspora e que podem representar os Palancas Negras?
SAPO Desporto - Disse na altura da sua apresentação que iria fazer uma seleção que misturasse veterania com juventude. O que nos pode dizer sobre os jogadores angolanos nascidos na diáspora e que podem representar os Palancas Negras?
Romeu Filemon - Um dos objetivos passa por fazer uma observação
dos angolanos nascidos fora do país e depois uma escolha dos melhores. O
elenco técnico anterior deixou alguns dados, já começamos os contactos
com alguns desses jogadores. Estamos a trabalhar nesse sentido mas
estamos no cargo há apenas 24 horas, por isso ainda não foi possível
contactar todos. Mas no primeiro jogo a 5 de março, com Moçambique,
poderão estar integrados já alguns desses jogadores que vivem na
diáspora...
SD - E um desses jogadores poderá ser o Luís Pedro Cavanda, da Lázio?
SD - E um desses jogadores poderá ser o Luís Pedro Cavanda, da Lázio?
RF - Liguei várias vezes para o Cavanda, mas infelizmente não
consegui falar com ele. Enviei depois um sms para ele, mas até agora não
tive respostas. Oportunamente vamos fazer viagens para a Europa para
pessoalmente, nós, os técnicos, falarmos com esses jogadores. Temos
pessoas no terreno a facilitar o nosso trabalho, como agentes,
familiares que queiram ver os seus filhos na seleção, desde que achemos
que têm qualidade para representar Angola.
SD - O Girabola arranca este fim-de-semana. Este ano
temos a particularidade de ter vários jogadores angolanos que dantes
estavam na diáspora, mas que agora regressaram ao país. Angola começa a
ter excelentes condições para os futebolistas, há várias
infraestruturas... é também uma mais-valia para a seleção ter os
jogadores a jogarem juntos no mesmo campeonato?
RM - O Girabola é uma grande marca do futebol angolano. Estamos a atravessar um momento de catapultação do nosso futebol em termos de infraestruturas, o país está a crescer e o futebol acompanha esse crescimento. Estamos atentos ao Girabola, o meu staff terá uma noção exata dos jogadores lá para a quarta ou quinta jornada. Os técnicos da seleção nacional farão uma pesquisa, com observação de vários jogos para termos todos na nossa base de dados, jogadores com ambição, com grande capacidade e outros com uma certa experiência comprovada, para que possamos ter uma seleção nacional forte.
RM - O Girabola é uma grande marca do futebol angolano. Estamos a atravessar um momento de catapultação do nosso futebol em termos de infraestruturas, o país está a crescer e o futebol acompanha esse crescimento. Estamos atentos ao Girabola, o meu staff terá uma noção exata dos jogadores lá para a quarta ou quinta jornada. Os técnicos da seleção nacional farão uma pesquisa, com observação de vários jogos para termos todos na nossa base de dados, jogadores com ambição, com grande capacidade e outros com uma certa experiência comprovada, para que possamos ter uma seleção nacional forte.
SD - E o que nos pode dizer das seleções jovens,
principalmente a de Sub-20? Uma seleção que em tempos foi campeã
africana e participou num Mundial da categoria, mas que ultimamente não
tem conseguido alcançar os resultados desejados. O que será feito daqui
para a frente nas seleções jovens?
RM - Vivemos momentos gloriosos há uns anos, principalmente com a
seleção de Sub-20, onde foi feito um grande trabalho, com aparecimento
de vários talentos. Foi um trabalho conceituado, bem elaborado e nós
podemos aproveitar essa base como referência em termos de metodologia.
Temos muitos jogadores bons, de 20 anos, em Angola. Espero que possamos
fazer um bom trabalho. Vamos construir equipas técnicas de Sub-15, já
temos técnicos de Sub-17 e Sub-20 e vamos enriquecer ainda mais as
equipas técnicas. Não estarei à frente dessas seleções mas participarei
de forma altruísta e inteligente, de forma a termos seleções jovens
fortes, porque eles são a base da seleção principal. Esperamos ter o
apoio de todos daqui para a frente para que daqui a uns anos tenhamos
uma seleção forte, baseado em jogadores vindos da formação, das seleções
jovens".
SD ANGOLA