Mas o possível bombardeio dos EUA e demais potências ocidentais, que
poderá ocorrer dentro de mais algumas horas, não será uma atividade
turística no Oriente Médio. Ao contrário do que ocorreu com Gaddafi, na
Líbia, o governo de Damasco não está isolado. Potências nucleares como
Rússia e China podem transformar a ação bélica norte-americana em “um
passeio no inferno”, segundo aquelas fontes militares russas. Na ONU,
ambas as nações asiáticas já vetaram qualquer ataque ou manobra militar
contra os sírios. Depois, o Irã, maior potência militar do Oriente
Médio, com um exército regular de dois milhões de militares efetivos e
mais um milhão de guerreiros muçulmanos mobilizados, fundamenta sua
sobrevivência regional na existência do regime de Damasco.
Em
terceiro lugar, ainda segundo a RNA, Israel, o terceiro braço da Otan
na região, encontra-se cercado por forças do Hezbolah, aliados de Síria
e Irã, por um lado, e por mísseis e forças em terra do Hamas, na Faixa
de Gaza; além do exército sírio, com aviões e mísseis de médio alcance.
Mesmo o Iraque, com um governo xiita, é aliado preferencial do Irã e já
negou seu espaço aéreo a qualquer incursão militar contra a Síria.