AUGUSTO CAMPOS | LUANDA, 26 Julho 2014: Fineza Teta dos Santos “Fisty” é a vencedora do Prémio Ensa Arte 2014,
ao arrebatar o I Grande Prémio de Pintura, distinção principal do
certame, com o quadro “Inquietações Culturais”. A cerimónia de entrega dos prémios realizou-se na quinta-feira, no
Centro Cultural Português - Instituto Camões, e foi marcada pela decisão
do júri em não atribuir o I Grande Prémio de Escultura por falta de
qualidade das obras a concurso.
Feita em acrílico sobre tela de
100/240 centímetros, a obra vencedora pretende distinguir os esforços do
Executivo no resgate dos valores culturais e divulgação das figuras e
locais históricos.
Pelo prémio, a artista recebeu um cheque no valor de um milhão e meio de kwanzas, um troféu e um diploma de mérito.
Fisty,
que pensa investir o dinheiro em alguns projectos que tem em carteira,
afirmou que as mulheres angolanas têm espaço na arte. “Nós, as
angolanas, independentes ou não, os lançamo-nos ao mercado sem receios.
Daí que aconselho todas a investir no dom que acreditem ter”.
Licenciada
em Artes Plásticas e Designer, pela Open Window Art Academy, em
Pretória (África do Sul), Fisty, de 35 anos, é profissional há oito
anos.
O artista plástico Cristiano Mangovo Brás foi outro destaque da
12ª edição do Ensa Arte, ao receber o Prémio Alliance Française e
menções honrosas na disciplina de pintura e escultura. A primeira, com o
quadro “Promessa Vindoura”, tem direito a uma “bolsa de residência
artística”, que lhe permite ficar em França um mês, e a segunda com a
peça “Incarnação”. O II Grande Prémio de Pintura foi entregue a Maiomona
Vua, pelo quadro “Atenção à educação cultural”. A categoria de
escultura coube a Sozinho Lopes, pela obra de instalação “Assim fazemos
cultura”. Ambos receberam um milhão de kwanzas.
Venceram o Prémio
Juventude as obras “Conversa”, do pintor Meso Mumpassi, e “Transformação
Qi”, do escultor Amândio Vemba Henriques, que receberam 500 mil kwanzas
cada.
O Prémio Especial Província foi arrebatado por André Malenga,
da Huíla, com o quadro “África Magazine (África Today)” e Estêvão Komba
André, de Cabinda, com a escultura “Divundo dicotelénga ensunsu ngulo
divaiquilánga”. Ambos receberam 350 mil kwanzas, além de galardões e
diplomas de mérito.
O júri atribuiu menções honrosas na disciplina
de pintura e escultura, que dá direito a um conjunto de material de
trabalho, a Hildebrando de Melo, com o “Vírus H.M74” e “Vírus Stralth
741978”, Ângelo de Carvalho Júlio, com “Reconstrução cultural”, e Miguel
Gonçalves, com “Cláudia”, e Pacheco Dito, com “Sinais culturais e
tesouros étnicos”, em escultura. Uma mostra com 38 quadros de diversas
técnicas de pintura e sete esculturas de ferro, alumínio, talha, madeira
e técnica mista, fica patente ao público até 15 de Agosto, no Centro
Cultural Português - Instituto Camões.
O curador disse que a
exposição é resultado da selecção do júri do total de 170 obras de
artistas de seis províncias que se candidataram à presente edição do
concurso.
Jorge Gumbe afirmou que a fraca qualidade das esculturas a
concurso permitiu a redução de peças seleccionadas para a exposição,
considerando que o aumento de menções honrosas, este ano, estimula a
produção e o aparecimento de novos artistas.
JA